terça-feira, 14 de julho de 2015

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Voltamos a um tema já devidamente abordado aqui neste espaço: o momento grave que vive o planeta e, particularmente , o Brasil. Esta hora de aferição de valores e de filtragem e depuração desafia mentes e corações. Já tratei do alto nível de violência que tem caracterizado a sociedade brasileira. Detenho-me, especificamente nesta abordagem, sobre o triste sistema carcerário nacional e suas consequencias para a coletividade.

Vivemos em rede. O que ocorre em determinados setores da vida humana trará resultado nos demais departamentos da vivencia social. O sistema carcerário do país necessita, há muito, de alterações substanciais se desejarmos dar um alto para o futuro mais pacífico. Temos um amontoado de apenados, em condições sub humanas, desenvolvendo mais ainda habilidades para o crime sob a guarda do Estado. Em síntese, acredito que a solução não ocorrerá rapidamente mas, a médio e longo prazo. Precisamos fazer uma comissão de notáveis para, discutindo e debatendo sugestões, possamos avançar no trato com a delicada questão.

Que o infrator precisa responder pela infração, isso é justo. Como o fará e em que condições é que deve ser analisado. Primeiro. deve-se dar um tratamento mais humano ao sistema. São seres humanos que lá se encontram, por mais tenham sido desumanos para com suas vítimas. Segundo, isto não quer dizer que o nosso olhar seja o de coitadinho e vítima da sociedade. visão esta que não adoto. Creio que, além da humanização do sistema, com melhores condições de encarceramento, fugindo da barbárie e selvageria com promiscuidade em que vivem, outros elementos devem ser acoplados às melhores condições das celas com menor número de presos, tais como ser implantado em todo presídio escolas, com obrigatoriedade de frequência do apenado, podendo essa frequência e resultados de suas notas ou outro modelo de aproveitamento, ser levado em consideração na diminuição da pena, avaliando-se, no entanto, o tipo de crime cometido.

Outro elemento que pode contribuir para um resultado satisfatório à detenção seria que todos os presos devem trabalhar na prisão, respondendo aos gastos que o contribuinte tem para com eles, afinal, os aprisionados agrediram a sociedade em que vivem. A ociosidade em que vivem os amontoados de encarcerados alimenta a criminalidade. A mente vazia do valor do trabalho colabora para a permanência na criminalidade, bem como a ausência da educação e as condições negativas dos presídios. Nem facilidades para os que cometeram delitos nem tratamento desumano, como se não fossem filhos de Deus que faliram, cometeram crimes, mataram, estupraram ou efetuaram outros atos atentatórios ao equilíbrio social.

Já tive oportunidade de realizar atividades de palestras nos presídios masculino e feminino aqui de Pernambuco e vi, in loco, a mancha da ociosidade com ausência do trabalho e do estudo, além do excesso de detentos por cela. Fundamental que o Brasil discuta essas questões e haja boa vontade de todos os setores, sobretudo,da política e dos políticos, essencial pois é aí, na política, que decisões atingem a coletividade. Homens de real saber e de caráter, artistas, sociólogos, juristas, religiosos, filósofos, enfim, os diversos setores se debrucem sobre a problemática, sem ideologias que engessam as decisões, objetivando tornar o sistema penal em efetivamente um sistema justo e recuperador.

Além de todos esses elementos que tão superficialmente, reconheço, coloco neste artigo, favorecer no sistema, a presença de estudos sobre a ética, não só levados por religiosos, que devem estar presentes, sim, com suas abordagens, mas, tambem, por pensadores espiritualizados, mais ligados a uma visão humanística, a fim de semear o melhor sobre o caráter humano, capaz de ser reformado. Um só coração que seja recuperado já terá importância significativa na transformação da sociedade brasileira.Provavelmente retornarei ao tema da violência adiante. Há muito que se debater. E muito que uma visão espiritual dos problemas pode enriquecer o debate.

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