domingo, 2 de agosto de 2015

AS LEIS SEVERAS

Em uma das questões do Livro dos Espírito, encontramos uma indagação do codificador do espiritismo, Allan Kardec, quanto à necessidade de leis mais duras na sociedade humana. A resposta dada pelos instrutores da humanidade e´enfática: para uma sociedade permissiva, leis mais severas se faz necessária. Natural que, ante almas indisciplinadas e pouco evolvidas, faça-se necessário uma estruturação que possa coibir o mal de que é capaz de produzir indivíduos ainda tomados por sentimentos ruins, de caráter belicoso.

Não temos como desejar leis apenas amenas num mundo como o nosso. Chamo a atenção, porém, para o fato de que o abrandamento das leis só se verificarão com o progresso efetuado pelos habitantes do agrupamento. E para que venhamos a superar os empeços que tornam quase insuportável as relações pelo alto índice de violência, fundamental uma visão sistêmica. A percepção da complexidade dos problemas humanos deve favorecer essa visão mais global, mais ampla sobre a superação dos males sociais.

Conversando com amigos que lidam com o anseios de uma sociedade pacífica, especificamente em nosso querido país, tive a oportunidade de tratar de uma reflexão que considero saudável e importante para nossos planos de um mundo melhor e um Brasil mais avançado. Necessitamos de uma visão mais pragmática, de projetos que levem em consideração a concepção sistêmica. Dou exemplo: temos companheiros proferindo palestras sobre a drogadição e seus perigos; apesar de décadas desas palestras os números frios demonstram que o avanço para a vitória sobre o problema que infelicita milhões de brasileiros parece quase nulo: O Brasil já e´primeiro lugar em uso de crack e segundo em cocaína.

Outro exemplo são as jornadas pela paz, as caminhadas, belas e importantes para chamar a atenção da população e da mídia mas que, passados alguns bons anos, não se verifica resultados práticos que gostaríamos; ao contrário, nunca se matou tanto no país como atualmente, sendo mais de 60 mil assassinatos ao ano. A violência doméstica cresce assustadoramente e outros gêneros de violência se multiplicam na sociedade brasileira. Aqui não vai qualquer  crítica às caminhadas pela paz e ao nobre e superior movimento pela paz, pela pacificação dos homens. Penso apenas em chamar a atenção para que verifiquemos se não estaria faltando, então, projetos mais sistêmicos sobre a problemática.

Uma amiga do movimento espírita fazia referência à felicidade, justa por sinal, de um grande companheiro pelo fato de haver conseguido o apoio dos governadores para o desarmamento da sociedade. Sem o apoio do cidadão comum não surtirá qualquer efeito. Primeiro , qualquer governante e político ficará à favor do desarmamento; segundo, o cidadão comum, em sua ótica, não aceita mais falar em desarmamento pelo fato de que ele, o cidadão comum, ver sua filha ou filho sair de casa e não sabe se voltará bem. Não sentem que os governantes cuidam da segurança comum. Para ele, o homem do dia a dia, enquanto ele paga impostos, os assaltantes entram em suas casas sabendo que, provavelmente, não existirá qualquer resistência ali.

Espero que entendam que tento mostrar a visão da pessoa que vive angustiada em seu dia a adia e recebe as trágicas notícias do cotidiano. O que desejo dizer e´que esse desarmamento precisa ganhar corações e mentes mas não apenas com retórica  mas, sobretudo, com projetos realizáveis, envolvendo políticos, instituições religiosas, acadêmicas, culturais, famílias, etc.Conjuntamente com oportunidade de uma boa educação para todos, atendimento à saúde, mais qualidade de vida e oportunidades, a parte policial e judiciária necessita transmitir segurança para a sociedade. Há de haver a parte educacional, de oportunidade e a parte repressiva. ( vide a questão da necessidade de leis severas conforme o Livro dos Espíritos ).

Devemos ter utopias mas estas podem e devem se transformar em realidade. O meio e´a ação ajustada às condições da natureza dos espíritos reencarnados em determinadas localidades sendo que, não basta só a parte repressiva sem que se crie ambientes de transformação dos que se perderam no caminho. Conquistar corações e mentes, este o caminho.

Divaldo Franco, o notável e admirado tribuno espírita tem o luminosos movimento "Você e a Paz", em que ele realiza palestras em praça pública, encantando com seu maravilhoso verbo e jogando sementes que, com certeza, frutificarão adiante. Penso, no entanto, que muitos que o vão escutar, já sejam espíritas ou cristãos que se esforçam por esse mundo melhor. É válido., muito válido esse trabalho mas ele sabe que é um processo de ensementação. A sociedade não tem se tornado mais pacífica desde esse movimento. Havemos de pensar a longo prazo. Necessitamos criar outras etapas capazes de dar o suporte para que as caminhadas, as palestras e as apresentações artísticas surtam o efeito que ansiamos.

Que tal reunir as equipes e repensar as atividades? que tal rediscutir as ações e avançar para que outros agentes da sociedade se insiram no movimento e tenhamos metas a serem alcançadas em curto, médio e longo prazo? Fica a singela sugestão.

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