RELIGIÃO CIENTÍFICA - CIÊNCIA RELIGIOSA

Quando a ciência atingir o cerne da natureza humana - a  sua condição espiritual - encontrará por lá a religião. Sem dúvida que a religiosidade, que melhor se dedica aos valores de espiritualidade, embora seus rituais e equívocos, sempre atentou para a transcendência da vida. A ciência, esse recurso divino, parte da matéria para o invisível e dará ( como já vem ocorrendo) substãncia aos conceitos de imortalidade que as religiões, cada uma a sua maneira, pregam.

O amanhã nos trará a síntese fundamental, a junção luminosa a que se propõe o espiritismo, unindo ciência e religião. Teremos uma religião científica, ativando-lhe a razão, e uma ciência plena de religiosidade, aquecendo as indagações da busca e colocando a alma como sendo o centro de suas perquirições. A contribuição de uma a outra será indescritível. São departamento dos saberes humanos que se complementam. Por ora, necessitam, poir fatores históricos, de continuarem suas conquistas aparentemente separadas.

Escrevi aparentemente pois não tenho dúvidas que a uma só força no universo que se subdivide em infinitas outras expressões. Vejam que a parapsicologia, a psicotrônica, a transcomunicação, a psicologia transpessoal, já  aproximam a linguagem entre os dois setores - religião e ciência - conquanto ainda tenhamos um longo caminho pela frente.

Descobrirá o ser humano na Terra que o conhecimento não se dá apenas pela razão fria e nas retortas dos laboratórios do mundo, bem como a religião entenderá que não poderá prescindir do contributo da ciência para afastar-se, cada vez mais, da superstição, da fantasia, das figuras de linguagem tão ao gosto da infância espiritual e mental da humanidade. A era da alta tecnologia não é incompatível com a espiritualidade do ser, e nem a aspiração ao sagrado é incompatível com a análise e a prática da ciência.

A matéria, por si só, não explica a vida. Um número cada vez maior de cientistas se dá conta de que sem adicionar a consciência como elemento independente da matéria não há como compreender a complexidade do universo. Décadas passadas éramos dependentes do DNA, agora, já se fala que este, embora sua importância, não é o elemento diretor de tudo. A vontade, a consciência do ser pode mudar muita coisa na trajetória da criatura.

Aguardemos a passagem do tempo. Quanto aos que já tentam fazer esta junção luminosa entre os dois ramos da sabedoria do homem, envidemos mais amplo esforço para contribuir para a abertura dos novos horizontes, antecipando o futuro e preparando a era nova.